A visão semântico-pragmática no ensino de língua portuguesa

Autores

  • Deise Vânia Anastacio
  • Dra. Patricia Teles Alvaro

Palavras-chave:

Semântica; Ensino; Língua Portuguesa

Resumo

Nesta pesquisa, buscamos abordar a visão semântico-pragmática para o ensino de língua portuguesa, e, mediante a isso, apresentamos os pressupostos teóricos da gramática cognitiva como uma proposta para a realização deste ensino semântico-pragmático. No que cerne à concretização deste ensino, encontramos nas Orientações Curriculares Nacionais, documento utilizado como base para o ensino, argumentos favoráveis. Assim, buscamos recursos que viabilizassem tal realização. Procuramos, então, averiguar por meio de aplicação de questionário junto aos docentes de língua portuguesa, qual era o embasamento teórico utilizado em sala de aula, com a finalidade de sabermos se convergia para uma visão semântico-pragmática. Deparamo-nos com um quantitativo de 90% de professores que usam apenas o modelo de gramática tradicional em suas práticas educativas. Diante disso, julgamos interessante verificarmos em que o modelo de gramática tradicional destoa da visão semântico-pragmática para o ensino de língua materna. Sobre isto, mostramos que sob a ótica do modelo tradicional da gramática, o sujeito e todo o contexto histórico-social em que o mesmo está inserido são irrelevantes para a produção de sentido. O sujeito, na realidade, é tido como um receptáculo, em que suas experiências não interferem na construção do significado. Nesta trajetória,  procuramos então propor um modelo que coadunasse com a visão semântico-pragmática para o ensino de língua, possibilitando a sua consolidação. Foi assim que apresentamos e explicitamos os princípios básicos da gramática cognitiva, entendendo que este modelo pode ser uma proposta metodológica para o ensino
de língua portuguesa. De acordo com o modelo de gramática cognitiva, o sujeito é agente na construção do significado, suas experiências corpóreas e culturais estão estritamente relacionadas à linguagem. Assim, o significado é processado por meio de mecanismos e operações cognitivas como: MCIs, EIs, EMs, Metáfora cognitiva e Mesclagem conceitual, que nos servem de bases cognitivas de conhecimento, integrando, assim, linguagem e pensamento. Desta forma,  acreditamos que nos princípios do modelo de gramática cognitiva, encontramos recursos para elaboração de metodologia em concordância com a visão semântico-pragmática para o ensino de língua, que está exposta nas OCNs, e que, também embasa o exame nacional-ENEM, que avalia a habilidade linguística dos estudantes, sob uma ótica interacionista.

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Publicado

2019-11-05