Relação Entre o Transtorno Depressivo Maior e Dor
Resumo
Objetivo: verificar se os sintomas somáticos melhoram concomitantemente à Depressão Maior. Materiais e Métodos: entre novembro de 2005 e fevereiro de 2006, foram coletados dados de fichas clínicas de dois estudos relacionados à Depressão Maior realizados no Hospital Mário Kröeff. Coletamos dados epidemiológicos, a escala de Hamilton17 (HAM-D17) e a escala analógica visual (VAS) para “dor como um todo”, “cefaléia”, “lombalgia”, “dor nos ombros”, “interferência da dor nas atividades diárias” e “tempo diário de dor” na primeira e na última consulta. Com base na evolução do escore HAM-D17, separamos os pacientes em dois grupos: aqueles que apresentaram melhora da depressão e os que não apresentaram. Resultados: Encontramos, no grupo que melhorou da depressão, uma queda das médias de 5 dos 6 tipos de dores analisadas. Nossa análise logística mostrou a melhora da depressão como fator de risco independente para a melhora dos tipos de dores “dor como um todo” e “cefaléia” [Risco- Relativo (intervalo de confiança de 95%), 1.8 (1.2, 2.5) e 1.3 (1.0, 1.9), respectivamente]. Conclusão: Há uma íntima relação entre depressão e dores crônicas, tendo sido a melhora da depressão acompanhada pela queda dos escores de dor (sobretudo da cefaléia).
Abstract
Objective: to verify whether chronic pains relieves with the regression of Major Depression. Methods: Between November, 2005 and February, 2006, there had been collected data from archives of two clinical trials done in the Hospital Mário Kröeff with Major Depressive patients. Epidemiologic data, Hamilton17 ranting scale and a visual analog scale score for pain (VAS) were analyzed in the first and the final visit. There were analysed 6 different categories of pain (“overall pain”, “headache”, “back pain”, “shoulder pain”, “interference with daily activities” and “daily time of pain”). Based on the progression of the Hamilton’s score, patients were divided in two groups: those who presented a regression of depression and those who didn’t. Results: Assuming the group with regression of depression, we found a reduction in 5 assessed VAS pain averages. Our logistic analysis also indicated that an improvement in depressive symptoms was an independent risk factor of improvement in overall pain and headache [risk ratio (95% confidence intervals), 1.8 (1.2, 2.5) and 1.3 (1.0, 1.9), respectively]. Conclusion: there have been verified a close relationship between depression and chronic pain; improvement of depression had been followed by regression on pain scores (especially headache).
							