Uma Proposta de Avaliação Escolar para Além do Autoritarismo

Autores

  • WLADIMIR DA COSTA CAMILLO

Palavras-chave:

Avaliação Escolar;, Autoritarismo

Resumo

As diversas concepções de educação deram uma tonalidade à avaliação, conforme a predominância de determinados enfoques teóricos.

A avaliação pode ser importante condição de desenvolvimento integral, criativo e transformador da personalidade humana, assim como pode tornar-se instrumento de eliminação e seletividade de um sistema educacional voltado para os aspectos quantitativos deste processo, despreocupado com os fatores globais do educando, que devem ser considerados, em primeiro lugar.
O presente trabalho procura focalizar os diversos tipos de avaliação, explicitando-os de forma coerente, enfatizando que avaliar não é um fim, mas um meio, um recurso pedagógico, não podendo tornar-se uma forma de eliminação, de exclusão escolar.
O aluno é avaliado em função dos padrões de comportamento, de conhecimento, de habilidades, propostos pela escola. Quem não é capaz de responder às exigências que tais padrões propõem, não está pronto, não está maduro para acompanhar o processo de escolarização. Assim, a falta de maturidade, de prontidão, de inteligência, de competência do aluno não tem explicação, nem justificativa.
Pretendemos com este trabalho propor alternativas que possibilitem ao professor redefinir sua prática pedagógica e mudar o seu posicionamento em relação à avaliação da aprendizagem, no ensino fundamental e médio, tomando como referência as teorias de LUCKESI (1984), HOFFMANN (1992), entre outros autores.
Hoje, os profissionais da educação que se sentem comprometidos com os interesses do aluno e procuram caminhar rumo ao ensino de qualidade, tentam objetivar o problema do fracasso da escola, questionando não um aluno para uma escola-padrão, mas a relação entre a escola, seu currículo, seus programas e seu sistema de avaliação.
A avaliação escolar envolve contextos pedagógicos e sérios problemas que afligem as atividades do professor ao longo de sua jornada educativa.
O que pretendemos é uma reflexão sobre a avaliação, e não o simples fato de condená-la. São condenadas algumas formas e modos de se avaliar, inclusive, quando se procura manter a disciplina sobre a ameaça da perda de pontos, com o uso de medidas autoritárias, com modos e atitudes arbitrárias.
Sabemos da necessidade e urgência de mudança, e todos os envolvidos com o processo educativo precisam se unir através de um esforço conjunto para imprimir novos rumos ao sistema de avaliação adotado por nossa escola.
O professor é o agente mais diretamente ligado ao processo de mudança. Ele precisa adotar um posicionamento consciente, uma crença profunda num ensino realizado em bases científicas, planejado em função de objetivos e avaliado através de instrumentos confiáveis.
É indispensável ainda que, preocupado com seu trabalho do dia-a-dia, o professor não esqueça o fim maior da avaliação no contexto da ação pedagógica - se os objetivos propostos estão sendo perseguidospara atender aos fins da educação e se vão contribuir para a formação de um homem mais crítico, reflexivo, livre e feliz.
Avaliados e avaliadores, lado a lado, precisam eximir o professor do seu posicionamento de superioridade. 
Cremos que um dos pontos de destaque para a diminuição do fracasso escolar está associado à melhoria da qualidade do ensino e, conseqüentemente, aos novos rumos da avaliação e sua prática no dia-a-dia da nossa realidade escolar.

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Publicado

2019-09-06