Reflexões sobre o Acesso aos Dispositivos Intrauterinos na Atenção Primária à Saúde: Uma Revisão Integrativa da Literatura

Autores

  • Beatriz Crivelli Alvarenga
  • Cecília Hauaji Garzon
  • Carolina de Simone Teixeira Lot
  • Isabella Martins da Silva
  • Julia Zoucas Nunes de Souza
  • Luna Rocha Goifman
  • Mariana Santos Lopes da Conceição
  • Ticiana Palhares Sampaio

Palavras-chave:

Dispositivo intrauterino, Atenção básica, Contracepção, Métodos reversíveis de longa duração

Resumo

Resumo: Introdução: O acesso aos métodos contraceptivos é fundamental para garantir a saúde sexual e reprodutiva das mulheres, visando a prevenção de gestações indesejadas e as complicações associadas. Objetivo: O estudo busca compreender as barreiras e desafios que as mulheres enfrentam no acesso ao Dispositivo Intrauterino (DIU) nos serviços de Atenção Primária à Saúde, bem como identificar possíveis soluções e estratégias para melhorar o acesso a esse método contraceptivo. Metodologia: O presente trabalho consiste em uma revisão integrativa. A busca e seleção de artigos foi realizada através das plataformas Scielo, PubMed e Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) do Ministério da Saúde, utilizando, dentre outros, os seguintes descritores “planejamento familiar e inserção do DIU”, “atenção primária DIU” e “dispositivo intrauterino”. Foram selecionados 10 artigos, publicados no período de 2016 a 2023, em português e inglês, dispostos na íntegra, de acesso gratuito, que abordam os desafios do acesso ao DIU na atenção primária no Brasil. Resultados: O DIU é amplamente reconhecido por sua segurança, eficácia e baixa taxa de falha. No entanto, entre as 52,2 milhões de mulheres brasileiras com idades entre 15 e 49 anos, 80,5% que já utilizaram algum método contraceptivo, somente 4,4% optaram pelo uso do DIU. Entre os desafios para a adesão a esse método, estão barreiras organizacionais relacionadas à indisponibilidade do DIU (15,2% dos municípios) e a exigência de critérios, como prescrição médica, realização de exames e/ou a participação em grupo educativo, apesar de manuais da Organização Mundial da Saúde e do Ministério da Saúde ratificarem a não necessidade de qualquer exame laboratorial. Além disso, também destacam-se às barreiras individuais, como o baixo nível de conhecimento acerca do método e a necessidade de agendamento prévio para inserção do DIU, fazendo com que o tempo médio esperado pela mulher para ter o método seja de 1 a 4 semanas (62,7%). Ausência de profissionais capacitados também se mostrou como um obstáculo adicional. Conclusão: Priorizar ações de que amplificam o acesso a esse método contraceptivo reversível de ação prolongada bem estabelecido na literatura científica como uma das formas mais seguras, eficazes e com melhor custo-benefício para o Sistema de Saúde, é uma estratégia chave na garantia dos direitos reprodutivos de mulheres no território nacional. 

Abstract: Introduction: The access to contraceptive method is fundamental for ensuring women’s sexual and reproductive health, aiming to prevent unwanted pregnancies and associated complications. In this context, the Intrauterine device (IUD) is widely recognized for its safety, efficacy and low failure rate. Objective: The study aims to understand the barriers and challenges women face in accessing Intrauterine Devices (IUDs) in Primary Health Care services and to identify possibles solutions to improve access to this contraceptive method. Methods: This work consist of an integrative review. The search and selection of articles were conduced through the Scielo, PubMed and the Virtual Health Library platforms of the Ministry of Health, using descriptors such as "family planning and IUD insertion", "primary care IUD" and "intrauterine device". Ten articles published between 2016 and 2023 in Portuguese and English, available in full and free charge, addressing the challenges of accessing IUDs in primary care in Brazil. Results: The IUD is widely recognized for its safety, efficacy, and low failure rate. However, among the 52.2 million Brazilian women aged 15 to 49, 80.5% of whom have used some form of contraception, only 4.4% have opted for the use of the IUD. Challenges to the adoption of this method include organizational barriers related to the unavailability of IUDs (15.2% of municipalities) and the requirement of criteria such as medical prescriptions, examinations, and/or participation in educational groups, despite WHO and Ministry of Health manuals affirming the non-necessity of any laboratory tests. Additionally, individual barriers, such as low awareness of the method and the need for prior scheduling for IUD insertion, result in women waiting an average of 1 to 4 weeks (62.7%). The absence of trained professionals also represents an additional obstacle. Conclusion: Prioritizing actions that enhance access to this long-acting reversible contraceptive method, well-established in the scientific literature as one of the safest, most effective, and cost-efficient for the health system, is a key strategy in guaranteeing the reproductive rights of women nationwide. 

 

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Publicado

2024-07-26