Eficácia e Segurança da Eletroconvulsoterapia no Manejo da Depressão em Gestantes

Autores

  • Bárbara Cunha Vasconcellos
  • Beatriz Crivelli Alvarenga
  • Bruno Quercetti Ingunza
  • Luna Rocha Goifman
  • Ticiana Palhares Sampaio
  • Yehudi Sardinha Martins

Palavras-chave:

Eletroconvulsoterapia, Gravidez, Depressão

Resumo

Resumo: A gestação pode abrir quadros de alteração do humor. O transtorno depressivo maior (TDM) é a desordem mais  comum nesse período e aumenta morbimortalidade materna-fetal. O tratamento envolve fatores farmacológicos e não-farmacológicos, sendo a eletroconvulsoterapia (ECT) uma opção, com uma alta taxa de resposta, de maneira rápida, menor exposição fetal e raros efeitos colaterais na população geral. Objetivos: Analisar eficácia e segurança do uso da ECT durante a gestação como alternativa à farmacoterapia. Métodos: Revisão de literatura realizada a partir da base de dados Pubmed com
os descritores Electroconvulsive Therapy, Pregnancy e Depression. Incluiu-se artigos disponíveis na íntegra, em inglês e publicados nos últimos dez anos. A busca encontrou 51 artigos, sendo oito selecionados para extração de dados. Resultados: Gestantes com TDM tratadas com ECT apresentam resposta completa ou parcial em 84% dos casos. Uma equipe multidisciplinar é fundamental para efetividade e segurança do tratamento, assim como para informar sobre possíveis riscos e manejo de efeitos adversos, sendo os mais comuns alteração do ritmo cardíaco fetal e contrações prematuras que raramente evoluem para trabalho de parto. Medidas podem ser adotadas para reduzir esses. Estudos indicam que este procedimento é, em geral, seguro durante todos os períodos de gestação. Entretanto, é importante notar que os estudos que analisaram diretamente o uso de ECT em gestante tem uma amostra pequena e a segurança do procedimento é assegurada a partir de estudos com a população geral. Conclusão: A ECT durante a gravidez requer uma equipe multidisciplinar para segurança materno-fetal e deve ser pensada como alternativa de tratamento do TDM. Sua eficácia e rapidez de resposta são comprovadas e os efeitos adversos são raros e majoritariamente reversíveis. Há uma necessidade de combater estigmas sobre o procedimento e elaborar diretrizes claras quanto ao seu uso, além de mais estudos realizados com amostras de gestantes. 

Abstract: Pregnancy can be a trigger to mood disorders. Major depressive disorder (MDD) is the most common disorder during this period and it can increase maternal-fetal morbidity and mortality. The treatment involves pharmacological and nonpharmacological factors, with eletroconvulsotherapy (ECT) being being an example of the second group. It has a high and fast response rate, lower fetal exposure e rare side effects in the general population. Aim: To analyze the efficacy and safety of using ECT during pregnancy as an alternative solution to pharmacotherapy. Methds: Literature review done through Pubmed database with the descriptors Electroconvulsive Therapy, Pregnancy and Depression. Articles available in full, in English and published in the last ten years were included. The search found 51 articles, eight of which were selected for data extraction. Results: Pregnant women with MDD treated with ECT present a complete or partial response in 84% of cases. A multidisciplinary team is essential for the effectiveness and safety of the treatment, as well as to inform about possible risks and management of adverse effects, the most common of which being changes in fetal heart rate and premature contractions that rarely progress to labor. Measures can be taken to reduce these. Studies indicate that this procedure is generally safe during all periods of pregnancy. However, it is important to note that studies directly analyzing the use of ECT in pregnant women have a small sample size and the safety of the procedure is assured based on studies with the general population. Conclusion: ECT during pregnancy requires a multidisciplinary team for maternal-fetal safety and should be considered as an alternative treatment for MDD. Its effectiveness and speed of response are proven and adverse effects are rare and mostly reversible. There is a need to combat stigmas about the procedure
and develop clear guidelines regarding its use, in addition to more studies carried out with samples of pregnant women.

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Publicado

2024-06-19